Seis Atitudes Dos Donos Que Os Gatos Detestam
A quantidade de pessoas que estão a adoptar gatos tem vindo a aumentar e não é à toa: os bichanos são defendidos por alguns especialistas como John Bradshaw, investigador da Universidade de Bristol, no Reino Unido, como o animal ideal do século XXI. Mas, para garantir um bom relacionamento, especialistas acreditam que os donos devem conhecer a história evolutiva desses felinos que, mesmo domesticados, ainda cultivam muitos dos instintos selvagens.
Enquanto os cães aprenderam como aturar certos comportamentos dos donos e sinalizar mais claramente o que querem, os gatos, segundo Bradshaw, tendem a guardar as emoções e sentimentos para si. Isso significa que tendem a sofrer sozinhos e não costumam indicar ao humano seu desconforto. Esse comportamento é um resquício do passado solitário e selvagem do gatos. Eles não tinham qualquer tipo de instinto colaborativo, mas sim, competitivo. Dessa forma, muitos dos comportamentos dos felinos ainda são considerados ‘estranhos’ pelos donos – na verdade, eles são simplesmente mal compreendidos, e isso pode causar danos ao animal – em casos extremos, até a morte.
Descubram seis atitudes dos donos que deixam os gatos altamente stressados:
1. Mudanças
Os gatos são bastante sensíveis a mudanças e podem sentir bastante desconforto quando ocorrem – em casos mais graves, mudanças podem levar até à morte do animal. De acordo com a Carolina Rocha, os gatos realizam espécies de ‘marcações’ nas suas coisas. Passando uma parte das bochechas nos objetos, paredes e afins, eles delimitam um ambiente em que se sentem confortáveis. Quando ocorrem mudanças no imóvel, móveis da casa ou quando os donos os levam para viagens, os gatos sentem falta das suas marcações e tendem a ficar altamente stressados. Em casos mais graves, como por exemplo, deixá-los sozinhos em hotéis para animais, dependendo da quantidade de dias, pode fazer com que se sintam desconfortáveis a ponto de parar de comer e defecar, acarretando sérios problemas urinários e hepáticos que podem levar o animal à morte.
2. Banho
Muitos donos já sabem que quando os gatos se lambem, na verdade, estão a limpar-se. No entanto, conforme explica a especialista, dar banho sem necessidade nos felinos ainda é uma prática adotada por alguns donos. O gato que está acostumado a tomar banho possivelmente não vai sofrer enquanto estiver debaixo de água. No entanto, o que não está acostumado passará por momentos de muita ansiedade e stress. “Os gatos não têm tanta secreção na pelagem e já possuem um mecanismo de higiene – que consiste em lamberem-se. Muitas pessoas acham que, se o gato gosta de brincar com a água na torneira, por exemplo, vai gostar de tomar banho – e não é assim que funciona. É um sofrimento tão grande colocá-los na água que existem casos extremos em que o animal morre no dia seguinte por problemas hepáticos”, disse a especialista.
3. Pregar um susto
No último ano, vídeos de donos assustando gatos com pepinos tornaram-se virais na Internet. De acordo com Rocha, esse é um bom exemplo para explicar o susto nesses animais. “Como o gato possui características de caça ainda muito fortes, os sentidos desses felinos ainda são incrivelmente aguçados. A visão tem uma capacidade muito grande, assim como os bigodes, que possuem conexões com todo o corpo do animal. O gato sente que precisa de estar preparado para pegar a caça. Esse constante estado de atenção faz com que se assustem facilmente, afirma a especialista. Qualquer movimentação não usual poderia significar a chegada de uma presa ou predador. É por isso que esses elementos estranhos ao ambiente comum do gato, como o pepino dos vídeos atuais, os assustam”, explica a especialista.
4. Colocar a mão na barriga
“A barriga é considerada uma região delicada, pois é onde está a maioria dos órgãos vitais do gato. Ao virá-la para cima, o gato expõe essa região. Quando colocamos a mão na do felino, este entende que pode estar a correr um risco e deve tentar protegê-la. Se o peludo está brincando, colocar a mão na barriga será um indicativo de que a brincadeira está a tornar-se mais agressiva”, afirma a especialista.
5. Mexer nas patas
Os gatos, normalmente, levantam as patas para brincar com os donos. Essa brincadeira – que parece uma demonstração de carinho do gato – é, na verdade, uma espécie de ‘treino’ para as caçadas. “A pata é a arma do gato. Além da boca e dos dentes, a pata é a ferramenta de brincar, passear e caçar. No caso dos gatos selvagens, a mãe ensina a usar as patas para marcar e atacar as presas – tudo isso por meio das brincadeiras, desde tenra idade. Quando ele brinca, ele está a usar as suas ferramentas. A brincadeira reproduz esse comportamento de caça, por isso é importante que eles brinquem com as patas”. No entanto, por ser uma das principais armas do gato, as patas são altamente sensíveis, e por isso o animal sente-se desconfortável se o dono tentar agarrá-las “Os gatos acostumados desde pequenos aceitam de forma tranquila que os donos peguem as patas. Mas por serem bastante sensíveis, eles em geral não gostam que os donos as segurem”, disse a especialista.
6. Forçar interação com gatos ou pessoas desconhecidos
Os gatos são, naturalmente, territoriais. Mesmo que pesquisas já tenham mostrado que o gato se afeiçoa ao dono, ele só o faz depois de se sentir confortável no ambiente em que está. De acordo com Rocha, os gatos sentem-se bastante desconfortáveis quando alguém ou outro gato invade o espaço que este demarcou como seguro e como seu – é por isso que, geralmente, se escondem. Forçar o animal a deixar o seu esconderijo para socializar, seja com humanos ou outros gatos, pode causar altos níveis de stress no animal. “Os gatos são mais possessivos com ambientes do que pessoas. Os felinos tendem a ficar desconfortáveis quando pessoas ou gatos estranhos invadem o ambiente que ele considera dele”, afirma Rocha. De acordo com Rocha, os gatos possuem um ritual para conhecer ‘elementos’ novos no seu ambiente, por isso é importante respeitar o ritmo do bicho.