Dave Mustaine Deu O Seu Aval Para Que David Ellefson Tivesse Uma Audição Com Os Metallica
Embora Newsted tenha sido substituído temporariamente pelo produtor Bob Rock, para a gravação do que viria a se tornar o álbum “St. Anger” (2003), os membros remanescentes dos Metallica mobilizaram-se para encontrar um novo baixista. Nomes como Twiggy Ramirez (Marilyn Manson, Nine Inch Nails), Chris Wyse (Ace Frehley), Eric Avery (Jane’s Addiction), Pepper Keenan (Corrosion of Conformity), Troy Gregory (Prong), Les Claypool (Primus) e Joey Vera (Armored Saint), entre outros, foram cotados ou até testados pelo grupo, mas a vaga ficou para Robert Trujillo (Suicidal Tendencies).
Em meio a tantos nomes especulados, David Ellefson apareceu como uma possibilidade. E a chance de ele ser convidado para uma audição foi discutida entre ele e o líder dos Megadeth, Dave Mustaine, que fez parte dos Metallica nas suas formações iniciais e não mantinha uma boa relação com os membros da sua antiga banda, com direito a diversas provocações na imprensa e discussões (quase) intermináveis.
Durante a entrevista ao podcast, Ellefson revelou, inicialmente, que não chegou a ser convidado para a audição. “O Lars (Ulrich, baterista dos Metallica) entrou em contacto com o Dave (Mustaine) para pedir a sua permissão, algo que considerei gentil da sua parte. O Dave ligou-me e disse que ia odiar perder-me, mas, enquanto amigo, não podia impedir-me de ter uma oportunidade como essa. Ele deu-me a sua bênção, mas eu nunca fui chamado”, afirmou.
O músico contou, ainda, que chegou a aprender músicas dos Metallica para a possível audição. “Eu pensei em estar preparado se recebesse o convite. Da primeira vez, toquei algo simples do “Black Album”, como “Holier Than Thou”. Foi a primeira vez que percebi que, apesar da semelhança entre Metallica e Megadeth, os riffs… obviamente, o Dave esteve na banda, então há um pedaço do DNA (dos Metallica) dentro dos Megadeth, a forma que Dave fraseava os vocais através dos riffs, em comparação com o método do James… O Dave era quase como Geddy Lee (Rush) nisso”, disse.
Continuando com sua comparação, o baixista destacou que os Metallica e os Megadeth são diferentes nos detalhes. “Ao tocar o baixo do Jason Newsted no “Black Album”… ok, musicalmente, eu entendi, mas ouvir a voz por cima… porque ali, eu estava a tocar como músico e não a ouvir como fã. Percebi que é tudo muito diferente. Esqueçam se é sobre o thrash metal ou sobre sermos da mesma família genealógica. Era algo completamente diferente”, afirmou.
Ainda ao longo da conversa, David Ellefson falou sobre a sua ligação com a banda que foi, por muitos anos, a grande “rival” dos Megadeth. “Sou um grande fã dos Metallica, desde a demo “No Life Til Leather”. Adoro o “Kill Em All”, “Master Of Puppets”, mas há uma energia diferente em “No Life Til Leather”, porque, obviamente, o Dave estava a tocar ali. E eu ouvi-o primeiro, pois quando conheci o Dave, o “Kill Em All” nem tinha sido lançado. Gostei do baixista, Ron McGovney. Todos adoram o Cliff (Burton), mas os “meus” Metallica têmo Ron McGovney. E é por isso que toquei a “Mechanix” com a linha de baixo do Ron”, disse.