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03 Outubro 2016

Chris Cornell Foi O “Padrinho” De Eddie Vedder Em Seattle.

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O grunge nasceu em Seattle, na costa oeste dos Estados Unidos e uma cidade onde a maioria dos dias são cinzentos.

Kurt Cobain e Dave Grohl, entre outros, disseram que nenhum outro lugar dos EUA era mais propício para a criação do género do que a cidade, já que o clima chuvoso aliado às frustrações adolescentes foram combustíveis para o género que nasceu no punk e acabou tomando conta de todo o planeta na década de 90.

Acontece que uma das grandes vozes da cena de Seattle não era de lá: Eddie Vedder, vocalista dos Pearl Jam, que era de Chicago e numa entrevista recente, ficou claro que o seu padrinho na cidade foi Chris Cornell, dos Soundgarden.

A revelação foi feita por Jeff Ament e Mike McCready, colegas de Vedder nos Pearl Jam e de Cornell nos Temple Of The Dog.

Ament explicou como Eddie foi convidado a cantar em “Hunger Strike”:

“Eu lembro-me que o Ed estava sentando no canto do estúdio, a compor e a e desenhar no seu diário, mantendo-se ocupado. Eu acho que fizemos as sessões dos Temple depois das sessões dos Pearl Jam. Depois faltava a parte vocal de “Hunger Strike” onde Chris estava a tentar fazer variações. A certa altura o Ed simplesmente chegou-se ao microfone e cantou a outra parte. Chris apenas disse, ‘Bem, agora ficas tu a cantar essa parte’

McCready, então, completou:

“O Ed tinha vindo de San Diego (onde estava a morar) e sentia-se intimidado em Seattle. O Chris recebeu-o muito bem. O Ed era muito, muito tímido. O Chris levou-o a beber umas cervejas e contou-lhe umas histórias. Ele ficava tipo, ‘Hey, sê bem vindo a Seattle. Eu amo o Jeff [Ament] e o Stone [Gossard]. Eu dou-te a minha benção.’ A partir daí ele ficou mais relaxado. Foi uma das coisas mais fixes que eu vi o Chris fazer.

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Conseguem imaginar como seria caso Eddie Vedder não tivesse sido tão bem recebido em Seattle? A história do grunge, ou pelo menos dos Pearl Jam, teria tudo pra ser diferente.

Ament ainda falou sobre a importância de gravar o disco dos Temple Of The Dog, que foi reeditado em 2016 como forma de comemorar os seus 25 anos:

“Nós tínhamos a nossa própria cena, mas éramos cínicos em relação ao que estava a acontecer no resto do mundo. Não tínhamos ideia se as músicas seriam ouvidas em larga escala. Mas depois do que aconteceu com o Andy [Andrew Wood, amigo de Cornell que morreu e inspirou a criação dos Temple Of The Dog], nós não sabiamos como lidar com as coisas. Os meus pais estavam longe. Eu não tinha ninguém por perto com quem conversar sobre as coisas. Gravar este disco ajudou ao processo. Ajudou-nos a entender a perda de um amigo”.

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