Animais descobertos no oceano a mais de 2500 metros de profundidade
Em julho do ano passado foi encontrada na Dorsal do Pacífico Leste, a oeste do México, animais a 2500 metros de profundidade, por baixo da superfície. A suspeita que existia há cerca de quinze anos foi comprovada numa investigação feita através de uma colaboração entre Instituto neerlandês NOIZ e a Universidade de Viena, liderada por Sabine Gollner e Monika Bright.
Lara Baptista, especialista em Biodiversidade, Genética e Evolução, pertence à equipa há um ano. À redação, explica que já se sabia que os “micróbios, vírus e bactérias”, mas importava perceber se podiam existir também animais. Em imagens captadas anteriormente, já tinham sido vistos vermes tubulares – “umas minhocas que vivem dentro de uns tubos” – a sair pelas fendas.
Agora, pela primeira vez, captaram animais com maiores dimensões, “alguns deles com mais de cinquenta centímetros de comprimento por baixo de placas de lava com dez a quinze centímetros”. Lara Baptista, admite que ninguém esperava que houvesse animais com estas dimensões, apesar de na superfície esta espécie chegar a atingir dois metros – ficam apenas com cerca de “um quarto do tamanho que atingiriam na superfície, mas a crescer numa cavidade com no máximo quinze centímetros de altura”.
Estas espécies são “animais altamente adaptados às condições locais”: a escuridão total, a alta pressão e a temperaturas que chegam aos 25 ºC, “devido à presença de fontes hidrotermais” que são aquecidas por baixo da crosta terrestre acima dos 300 ºC. As espécies que podem ser encontradas são “muitas vezes endémicas”, ou seja, “só existem naquela zona”.
Mas como chegam os animais à subsuperfície? Os cientistas acreditam que os animais se deslocam entre túneis que surgem nas fendas das placas de basalto e que os levam da superfície até à subsuperfície. A ser comprovada, a hipótese pode ser a razão da existência de animais com estas dimensões.