O Que Acontece Ao Corpo Antes, Durante E Depois De Um Filme De Terror
Sejam dos que veem filmes de terror durante todo o ano ou daqueles cujo interesse aumenta em datas próximas ao Halloween, em que o susto parece vir de cada esquina, não há como fugir – a sensação de susto, expectativa ou medo reflectem-se no próprio corpo.
Antes do filme não se nota qualquer diferença no corpo. Não é como o estar numa fila de espera para se andar numa montanha russa em que se sente a adrenalina aumentar com o aproximar do momento. Mas sendo um filme, mesmo que se preveja ser assustador, o indivíduo encontra-se normalmente relaxado, com a frequência cardíaca normal e apenas animado por aquele momento social e de lazer.
Quanto ao filme em si, o especialista dividiu-o em três partes. A primeira, que demora sensivelmente 20 minutos durante os quais a narrativa de desenvolve, o corpo começa a apresentar leves sinais de ansiedade. Mesmo que de forma inconsciente, o corpo ‘prepara-se’ para o eventual perigo que prevê chegar.
É normalmente no início do desenrolar da narrativa que surge o primeiro momento de susto, uma forma de manter o espectador interessado na história e com medo, o que o deixa mais expectante para as cenas seguintes. De facto, o medo é sentido à primeira cena mais assustadora e o corpo responde com um aumento dos níveis de cortisol e adrenalina – são as hormonas a preparar o corpo para uma cena de luta ou fuga, mesmo que o seu lado racional saiba que não terá de lutar ou fugir da sala de cinema. Também a pulsação e taxa de respiração aumentam e para que ganhe sensibilidade para que não falhe no momento em que o ‘perigo’ chegar, as pupilas dilatam-se, melhorando assim a sua visão.
A segunda parte do filme, que Atkinson aponta como entre os 20 e 70 minutos da história conta com vários picos entre cenas calmas e de susto ou medo, por exemplo, uma cena que gera bastante expectativa mas que acaba em algo banal e outra seguinte em que, do nada, apanha o espectador de surpresa e assusta-o ‘de morte’. Ora, estes altos e baixos levam à condição de mãos suadas ou hiperidrose palmar, já que as mãos contam com imensas glândulas sudoríparas écrinas, que são activadas aquando da sensação de medo.
Segue-se a terceira parte da narrativa – o fecho da história. Vai terminar em alívio (ou talvez deixe o suspense no ar), mas os minutos finais têm ainda muito tempo para levar o espectador ao extremo, levando o coração a palpitar muito mais do que é normal. Tal acontece porque o sangue tente a afastar-se do intestino e a focar-se no cérebro e coração.
Finalizado o filme, a sensação é de alívio. Se ‘sofreram’ muito durante o desenrolar da história e prendeu a respiração algumas vezes, pode notar uma respiração mais profunda que garanta o normal aporte de oxigénio.